Hoje, vamos
conversar sobre curiosidade e fofoca. Você consegue perceber, na prática, nos
seus comportamentos, a linha tênue que diferencia esses dois conceitos? Ser
curioso é investigar o mundo e as pessoas que nos rodeiam, ter interesse
constante pela busca do conhecimento. Ser fofoqueiro é falar sobre a vida de
alguém geralmente com algum tipo de julgamento moral e usar essas informações
de forma depreciativa. Muitos dirão: “é claro que eu não sou fofoqueiro”. Será?
Pesquisas apontam que 90% do total de conversas em
uma empresa se qualifica como fofoca. Esse hábito de falar da vida alheia
carregamos de nossos ancestrais, quando ainda viviam em pequenas comunidades. Os
machos-alfa se destacavam pela força física e os que não tinham essas
habilidades usavam o poder de "revelar" informações pouco conhecidas como
uma maneira alternativa de exercer algum tipo de influência pública e assegurar
a posição social. Começa assim: “me disseram”, “tô sabendo”, “você não sabe da
maior”, “tenho uma bomba pra te contar”.
Essa necessidade histórica se repete. Quem nunca ouviu ou
participou de uma conversa no cafezinho do seu Banco e percebeu a necessidade
da pessoa que fala de outro de se autoafirmar, buscar a aceitação do meio? Quem
fofoca possui problemas relacionados ao seu próprio ego. A grande questão é
que, agindo assim, além de acabar com a reputação da vítima, a pessoa também
revela sua fragilidade, insegurança, imaturidade, carência, inveja. Demonstra o
seu medo diante da popularidade ou do melhor status do outro profissional. Ou
simplesmente denota que não tem algo mais útil pra fazer e age como um
parasita. Definitivamente, isso é muito tóxico em qualquer tipo de ambiente
profissional. Tenho certeza de que se você quer trilhar uma carreira de
sucesso, não quer associar sua imagem a esse tipo de perfil!
Pois bem. Tudo
na vida é uma questão de escolha. Ninguém precisa carregar essa bagagem dos
ancestrais a partir do momento que tem consciência. Você não precisa ficar
repetindo o mito grego de Pandora, aquela que abriu uma caixa proibida que
continha um segredo mortal – por uma curiosidade mórbida - e deixou sair todas
as desgraças que caíram sobre os seres humanos.
Por que não estimular a curiosidade criadora, que gera valor, que pode nos encaminhar para a evolução? Ser curioso no bom sentido da palavra é uma das qualidades mais importantes hoje em dia. Pessoas que têm essa característica estão sempre correndo atrás de algo a mais, se desafiando a fazer as coisas de maneira diferente, saindo da zona de conforto. Isso contribui bastante para o aprendizado e para uma maior produtividade. Você vai conversar melhor, ter relacionamentos de mais qualidade, desenvolver sua memória, aproveitar mais as oportunidades e se destacar no trabalho. Acredite. No mercado bancário, esse perfil é super desejável.
Pra completar, pessoas
curiosas são mais felizes. Todd Kashdan, um cientista americano que estuda “por
que as pessoas sofrem”, associa a curiosidade com a noção de felicidade, uma
vez que, segundo ele, ser curioso é essencial para descobrimos o que nos motiva
e nos inspira.
Percebe que tudo é uma questão de foco? Do que verdadeiramente desperta o seu interesse? Você quer saber mais sobre a vida alheia ou tem sede de aprender coisas novas que te façam evoluir como profissional e ser humano? Então, que tal desenvolver essa característica do bem? As crianças são seres curiosos por natureza. Elas perguntam tudo e se interessam por tudo que há ao redor. Seriam a melhor fonte de inspiração! Mas, tenho também umas dicas práticas pra você:
Leia bastante. Ler é uma das
melhores maneiras de expandir os conhecimentos. E tem sido um hábito cada vez
mais raro.
Faça planos. Leonardo Da
Vinci tinha uma variedade imensa de interesses e tinha sua famosa lista de
coisas a fazer. Nela, você encontraria coisas para desenhar, lugares para
visitar, pessoas para conversar. Ou seja, Da Vinci fazia planos. Pegue essa
dica dele. Faça uma lista de coisas que deseja aprender. A própria lista vai
inspirar você a se tornar mais curioso ainda
Viaje mais. E
se interesse pela forma como as pessoas do lugar vivem, a cultura, os costumes,
a gastronomia, a música.
Arrume um
caderninho de ideias. Toda vez que surgir uma ideia, uma dúvida ou um
interesse, anote imediatamente.
Pense mais nas perguntas ao invés de ficar ansioso por respostas. Por
exemplo: se você quer vender um produto para um cliente, então pergunte: “o que
a pessoa estaria precisando nesse momento?”, “que tipo de reflexão eu quero
causar nela?”. Questionar-se conscientemente vai abrir sua mente para uma
infinidade de novas possibilidades.
Esteja mais atento sobre o mundo ao redor e sobre suas
próprias emoções.
Faça suas tarefas diárias de maneiras diferentes. Mude a
sua rotina.
Pare de confiar em tudo o que dizem, especialmente na
internet. Pesquise diferentes fontes, questione mais, desenvolva o senso
crítico.
Nunca tenha medo de dizer que não sabe algo. O único jeito de aprender é perguntando e pesquisando. E isso é um belo sinal de humildade.
Não finja saber o que não sabe, mesmo que seja para o seu chefe. Ao invés
disso, diga: “não sei, mas vou pesquisar e descobrir isso rapidinho”.
Não rotule nada como sendo chato, ao contrário, considere divertido o processo de aprender.
Espero que essas dicas façam sentido pra você! Quero
concluir com uma frase do gênio Albert Einstein, o mais memorável
físico de todos os tempos. Ele dizia
que não tinha talentos especiais. Era apenas um "apaixonadamente curioso".
Sigamos o seu exemplo e muitas conquistas virão.