Enquanto o fofoqueiro envenena, o curioso evolui

Postado por Ana Paula
11:52 - 17/03/2019

Hoje, vamos conversar sobre curiosidade e fofoca. Você consegue perceber, na prática, nos seus comportamentos, a linha tênue que diferencia esses dois conceitos? Ser curioso é investigar o mundo e as pessoas que nos rodeiam, ter interesse constante pela busca do conhecimento. Ser fofoqueiro é falar sobre a vida de alguém geralmente com algum tipo de julgamento moral e usar essas informações de forma depreciativa. Muitos dirão: “é claro que eu não sou fofoqueiro”. Será?

 

Pesquisas apontam que 90% do total de conversas em uma empresa se qualifica como fofoca. Esse hábito de falar da vida alheia carregamos de nossos ancestrais, quando ainda viviam em pequenas comunidades. Os machos-alfa se destacavam pela força física e os que não tinham essas habilidades usavam o poder de "revelar" informações pouco conhecidas como uma maneira alternativa de exercer algum tipo de influência pública e assegurar a posição social. Começa assim: “me disseram”, “tô sabendo”, “você não sabe da maior”, “tenho uma bomba pra te contar”.

 

Essa necessidade histórica se repete. Quem nunca ouviu ou participou de uma conversa no cafezinho do seu Banco e percebeu a necessidade da pessoa que fala de outro de se autoafirmar, buscar a aceitação do meio? Quem fofoca possui problemas relacionados ao seu próprio ego. A grande questão é que, agindo assim, além de acabar com a reputação da vítima, a pessoa também revela sua fragilidade, insegurança, imaturidade, carência, inveja. Demonstra o seu medo diante da popularidade ou do melhor status do outro profissional. Ou simplesmente denota que não tem algo mais útil pra fazer e age como um parasita. Definitivamente, isso é muito tóxico em qualquer tipo de ambiente profissional. Tenho certeza de que se você quer trilhar uma carreira de sucesso, não quer associar sua imagem a esse tipo de perfil!

 

Pois bem. Tudo na vida é uma questão de escolha. Ninguém precisa carregar essa bagagem dos ancestrais a partir do momento que tem consciência. Você não precisa ficar repetindo o mito grego de Pandora, aquela que abriu uma caixa proibida que continha um segredo mortal – por uma curiosidade mórbida - e deixou sair todas as desgraças que caíram sobre os seres humanos.

 

Por que não estimular a curiosidade criadora, que gera valor, que pode nos encaminhar para a evolução? Ser curioso no bom sentido da palavra é uma das qualidades mais importantes hoje em dia. Pessoas que têm essa característica estão sempre correndo atrás de algo a mais, se desafiando a fazer as coisas de maneira diferente, saindo da zona de conforto. Isso contribui bastante para o aprendizado e para uma maior produtividade. Você vai conversar melhor, ter relacionamentos de mais qualidade, desenvolver sua memória, aproveitar mais as oportunidades e se destacar no trabalho. Acredite. No mercado bancário, esse perfil é super desejável.


Pra completar, pessoas curiosas são mais felizes. Todd Kashdan, um cientista americano que estuda “por que as pessoas sofrem”, associa a curiosidade com a noção de felicidade, uma vez que, segundo ele, ser curioso é essencial para descobrimos o que nos motiva e nos inspira.

 

Percebe que tudo é uma questão de foco? Do que verdadeiramente desperta o seu interesse? Você quer saber mais sobre a vida alheia ou tem sede de aprender coisas novas que te façam evoluir como profissional e ser humano? Então, que tal desenvolver essa característica do bem? As crianças são seres curiosos por natureza. Elas perguntam tudo e se interessam por tudo que há ao redor. Seriam a melhor fonte de inspiração! Mas, tenho também umas dicas práticas pra você:


Leia bastante. Ler é uma das melhores maneiras de expandir os conhecimentos. E tem sido um hábito cada vez mais raro.


Faça planos. Leonardo Da Vinci tinha uma variedade imensa de interesses e tinha sua famosa lista de coisas a fazer. Nela, você encontraria coisas para desenhar, lugares para visitar, pessoas para conversar. Ou seja, Da Vinci fazia planos. Pegue essa dica dele. Faça uma lista de coisas que deseja aprender. A própria lista vai inspirar você a se tornar mais curioso ainda


Viaje mais. E se interesse pela forma como as pessoas do lugar vivem, a cultura, os costumes, a gastronomia, a música.


Arrume um caderninho de ideias. Toda vez que surgir uma ideia, uma dúvida ou um interesse, anote imediatamente.


Pense mais nas perguntas ao invés de ficar ansioso por respostas. Por exemplo: se você quer vender um produto para um cliente, então pergunte: “o que a pessoa estaria precisando nesse momento?”, “que tipo de reflexão eu quero causar nela?”. Questionar-se conscientemente vai abrir sua mente para uma infinidade de novas possibilidades.


Esteja mais atento sobre o mundo ao redor e sobre suas próprias emoções.


Faça suas tarefas diárias de maneiras diferentes. Mude a sua rotina.


Pare de confiar em tudo o que dizem, especialmente na internet. Pesquise diferentes fontes, questione mais, desenvolva o senso crítico.


Nunca tenha medo de dizer que não sabe algo. O único jeito de aprender é perguntando e pesquisando. E isso é um belo sinal de humildade.


Não finja saber o que não sabe, mesmo que seja para o seu chefe. Ao invés disso, diga: “não sei, mas vou pesquisar e descobrir isso rapidinho”.


Não rotule nada como sendo chato, ao contrário, considere divertido o processo de aprender.


Espero que essas dicas façam sentido pra você! Quero concluir com uma frase do gênio Albert Einstein, o mais memorável físico de todos os tempos. Ele dizia que não tinha talentos especiais. Era apenas um "apaixonadamente curioso". Sigamos o seu exemplo e muitas conquistas virão.

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