Para ser destaque, faça parte da solução, não do problema!

Postado por Ana Paula
13:41 - 03/03/2019

Todo mundo quer ser destaque no Banco, mas está deixando de lado uma condição essencial: a capacidade criativa. Ela está cada vez mais distante da realidade, do dia a dia dos bancários. Por que quando estamos diante de um problema, seja de ordem pessoal ou profissional, buscamos sempre repetir o mesmo padrão de solução empacotado no cérebro? Por que tanto bancário trava e não consegue enxergar formas diferentes de lidar com as mesmas situações, pensar fora da caixa?

 

Estamos deixando de usar a nossa imaginação para pensar cenários diferentes? Estamos perdendo a característica que nos torna humanos? Estamos atrofiando essa nossa incrível capacidade de criar e nos tornando apenas mais um na multidão?

 

As desculpas mais comuns são: trabalho num negócio formal, burocrático, com regras rígidas, onde não cabe ser criativo. Ou ainda: “Sou da área de exatas. Criatividade é pra quem é de humanas”. E assim justifica-se o status quo. Mas pare um pouco pra pensar: você enxerga esse modelo funcionando com humanos no futuro, se há a opção de programar robôs que repitam as soluções previsíveis? 

 

O que eu estou querendo dizer com isso é que criatividade é uma condição de sobrevivência e está diretamente relacionada à evolução humana. Ou somos criativos ou seremos engolidos pelas máquinas.

 

Mas eu tenho uma boa notícia: todos nós nascemos fora da caixa. Lembre como você agia quando criança. A imaginação não era limitada porque não havia medo do julgamento, das críticas e da rejeição. Mas a sociedade nos obrigou a entrar dentro da caixa. Já deve ter acontecido com você de, numa reunião, deixar de colocar uma ideia pra discussão porque achava que podia não fazer sentido. E depois aquela mesma ideia bombou porque alguém teve coragem de expor e isso fez toda a diferença. Pois bem. Ninguém quer perder o bonde da história. Então, o desafio agora é sair dessa caixa, dos limites das quatro paredes, e desenvolver essa habilidade. Mas como reaprender a ser criativo?

 

Ao contrário do que muita gente pensa, criar não é um processo caótico. Pelo contrário. É muito racional e pode ser desenvolvido com o tempo. Se eu descrevesse para você a cena mais absurda possível, como um cavalo azul entrando numa agência bancária, sendo atendido por um gerente com pés no lugar das mãos, você irá imaginar cada um desses detalhes sem grandes dificuldades. Se você consegue imaginar uma cena tão fora da realidade como essa, porque sente tanta dificuldade na hora de criar? É possível, sim, transformar-se em um bancário criativo, evoluir como profissional e se tornar referência de mercado.

 

Primeiro, é preciso estar sempre antenado sobre assuntos diferentes. Pessoas que têm os mesmos inputs, provavelmente sempre terão os mesmos outputs. Lembre-se disso. Portanto, ter um repertório diversificado ajuda na hora de combinar valores e criar uma ideia genial. Grande parte das inovações foram combinações de coisas já existentes. Lembra de Gutenberg, que criou a prensa tipográfica e marcou o surgimento da imprensa como conhecemos hoje? Ele simplesmente combinou duas invenções que, aparentemente, não têm nada a ver uma com a outra: a prensa de uva com a máquina de cunhar moedas.

 

Sair da zona de conforto é outra condição essencial de pessoas criativas. Tente sair da sua rotina, se inscreva em alguma aula nova, pinte, leia outros livros, pratique um esporte. Cada situação diferente em que você coloca sua criatividade instiga você a pensar na melhor maneira para resolver o novo cenário.

 

Ter um caderno criativo ajuda a organizar as ideias. Anote cada pensamento que você tiver, por mais doido que ele possa parecer no momento. Às vezes, algo que agora você acha absurdo lá na frente pode tornar-se uma ideia espetacular.

 

Outro ponto importante a compreender tem relação com o processo criativo. Quando você tem um problema, em vez de somente mergulhar de cabeça pra encontrar uma solução, pode ser melhor você se afastar desse problema e fazer atividades que não tenham nada a ver com isso (como jogar bola ou ir à academia), pois acontecerá um processo inconsciente no seu cérebro, que é a incubação. Essa etapa é muito importante e as pessoas geralmente ignoram.


Agora que você já sabe como desenvolver a criatividade, que tal começar a pensar em como inovar o relacionamento com seus clientes? Nos próximos anos, como será a relação entre as pessoas e os bancos? Como serão os serviços financeiros mais desejáveis? Quais serão os canais de vendas e relacionamento privilegiados pelos usuários? Quais serão os novos significados do dinheiro? Como superar burocracias desnecessárias? Como oferecer o máximo de facilidades pelo mínimo de preço? Como atender esse público de desbancarizados que vão ter acesso aos produtos e serviços, como rentabilizar esses segmentos? Como gerar empatia na população de baixa renda? Como analisar as rotinas da função que você executa e se perguntar como fazer essa função de um modo melhor, mais rápido ou mais agradável para todos?


Aprenda a ser um resolvedor de problemas no seu Banco. Todo líder atento valoriza pessoas que trazem soluções criativas para os desafios da empresa. Criatividade não é mágica, e uma pessoa criativa não tem um dom vindo dos deuses do Olimpo. É uma forma de viver a vida sem se acomodar, sempre buscando conhecer mais as coisas e tendo coragem de executar ideias. De quebra, ainda seremos exemplo para nossos filhos e netos para que as próximas gerações não limitem suas capacidades.

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