Você
encanta sua família como encanta seus clientes? A frase é apenas uma metáfora.
O que eu quero realmente trazer à reflexão é se, na agonia do dia a dia no
Banco, na ânsia de conquistar suas metas, você tem dado a atenção necessária à
sua família? Não importa se você é casado, se tem namorado, se tem filhos, se
conhece e convive com os pais. Cada um sabe a família que tem e é esse núcleo
que deve ser encarado como o foco da nossa conversa hoje.
Pensei nesse
tema porque li nessa semana uma matéria onde a médica geriatra Ana Cláudia
Quintana, especialista no atendimento a pacientes terminais, falava do desafio
de lidar com algo tão natural e, ao mesmo tempo, tão perturbador, como a morte.
Ela aponta os cinco maiores arrependimentos das pessoas. São eles: “não ter
demonstrado afeto”, “ter trabalhado em excesso”, “não ter investido na própria
felicidade”, “não ter vivido a vida que desejava” e “não ter estado próximo das
pessoas que mais amava”.
Convenhamos,
essa constatação é um soco no estômago! Compartilho porque acredito que podemos
mudar o rumo dessa história agora. Em tese, temos tempo para valorizar o que
realmente importa, saber usá-lo com sabedoria e equilibrar o sucesso
profissional com a felicidade plena. É possível conquistar metas, ter alta
performance, ser um bancário premiado e reconhecido e também ter uma vida
pessoal feliz. Por que não?
Todas as famílias têm seus problemas, claro. Choques de gerações, picuinhas
e crises financeiras são alguns deles. Mas ao contrário do que muita gente pensa, famílias
bem sucedidas não acontecem por acaso. As coisas que realmente importam
demandam tempo, reflexão, planejamento e definição de prioridades. É necessário
fazer escolhas e sacrifícios. E você precisa estar disposto e pagar o preço.
Pagar o preço significa desenvolver algumas qualidades como saber ouvir,
respeitar as diferenças, ser generoso e humilde, estar presente de verdade e
aprender a tocar, transformar e suavizar os corações de quem você ama.
Outro dia tive uma conversa com uma amiga bancária que estava
desesperada porque o filho não queria mais ficar com ela, gostava mais da babá.
Ela chorava copiosamente e estava se sentindo um lixo porque era mãe solteira e
precisava trabalhar pra pagar as contas. Falei pra ela não sentir culpa porque
o filho dela sempre iria amá-la e admirá-la. E o trabalho dela no Banco era
importante não apenas por garantir o pagamento das contas, mas porque ela
amava. Sugeri que o tempo que ela estivesse com o filho fosse realmente de
qualidade, especial. Que ela fizesse a diferença na vida dele, assim como fazia
a diferença na vida dos clientes. Que se conectasse com o mundo infantil e se
entregasse de corpo e alma nesses momentos, voltando a ser criança. No dia
seguinte – era um domingo ensolarado como hoje – ela improvisou um banho de mangueira no
quintal de casa e esse foi talvez o dia mais feliz da vida dela com o filho.
Simples assim!
E você? Qual foi a última vez que sentou com seu filho para brincar,
ajudar na tarefa da escola ou conversar sobre a vida sem olhar o celular de 5
em 5 segundos? Quando fez algo para surpreender o seu parceiro ou parceira,
encantá-lo ou simplesmente demonstrar gratidão pelo companheirismo? Conhece a
história dos seus pais, dos seus irmãos, dos seus avós? Sabe o que eles já viveram,
pensam e sonham? Lembra de alguma refeição com toda a família à mesa compartilhando sobre
o dia, os desafios e as alegrias? Vocês têm o hábito de resolver as questões com diálogo e praticar o exercício
libertador do perdão?
Convido você a refletir sobre o que pode fazer diferente HOJE para não se arrepender AMANHÃ. Lembre-se que não existem famílias perfeitas e que a felicidade familiar não deve ser estereotipada como o famoso comercial de margarina. Mas o amor é uma escolha. E a bagagem que você precisa carregar na vida também.