Conciliar carreira e maternidade é uma arte, especialmente para as bancárias que são mães ou as mães que são bancárias. Quanto
desafio para essas guerreiras! Precisamos trabalhar como se não tivéssemos
filhos e precisamos ser mães como se não trabalhássemos fora. Será que essa
conta fecha pra você?
Para a maioria é impraticável
conciliar carreira com maternidade. E por isso abrem mão de funções mais
desafiadoras ou simplesmente deixam o mercado de trabalho. Realmente não é nada
fácil. Por um lado, a profissional mãe precisa cumprir horários, fazer horas
extras, viajar a trabalho, cumprir uma agenda muitas vezes maluca e
inflexível. Por outro lado, precisa (e quer!) estar lá quando os pequenos acordam,
choram, comem... e quando adoecem, então...!
Na vida real, o que acontece é que muitas
vezes a mãe sai de casa pra trabalhar e os filhos ainda estão dormindo. Apesar
de conquistar várias feitos durante o dia, parece que não fez o principal: um
beijo de bom dia ou boa noite, uma refeição junto com o filho. Nessa pressão
para dar conta de tudo com perfeição, a angústia e a culpa vão aumentando. Mas
você já parou pra pensar que uma mãe culpada não consegue nem criar o filho e nem
trabalhar? Ser mãe é muito mais a qualidade da
relação e o que você inspira do que estar 24 horas por dia com o filho.
Livre-se dos pitacos alheios que tanto pesam. Se você
trabalha fora por opção, porque ama o que faz e isso tem sentido pra você, não
permita que uma enxurrada de intromissões desnecessárias tire você do eixo. Tenha
bem claro quais são os motivadores da sua felicidade
pessoal. E se isso inclui ser mãe e ser profissional de destaque, mantenha-se
consciente dos seus papeis e faça o melhor que você puder em cada um deles.
Os obstáculos, sem dúvida, existem.
Porém, há mulheres que dominaram o processo e se tornaram ótimas profissionais,
justamente por serem mães! Sabe aquelas habilidades que a gente adquire
ou desenvolve com a maternidade? Pensamento rápido, criatividade, proatividade,
firmeza, organização, equilíbrio, motivação, paciência. Tudo isso que a gente
aprende sendo mãe pode ser adaptado ao trabalho e tornar-se um diferencial no
seu papel como líder feminina.
O grande pulo do gato é saber fazer escolhas, priorizar e assumir as prioridades sem culpa. Na hora em que estiver no trabalho, tem que realmente focar nas entregas que a empresa precisa. Quando for embora, evitar levar trabalho para casa. Estar de corpo, alma e coração consigo mesmo e com a família é o segredo. Isso não significa dizer que é possível separar a vida pessoal da profissional. Isso é ilusão já que somos seres humanos únicos exercendo vários papeis! Mas é importante ter uma gestão eficiente do tempo e estar presente de fato em cada situação.
Existem algumas estratégias simples e fundamentais nessa
busca pelo equilíbrio entre carreira e maternidade. Tornar as refeições um
momento sagrado em família, por exemplo. Sem celular, televisão e internet.
Levar o filho na escola, olhar a agenda, fazer as tarefas, dedicar os finais de
semana, feriados e férias pra eles, ir ao cinema, fazer um prato especial,
perguntar sobre o dia, colocar pra dormir. São momentos especiais que, se
vividos com intensidade, jamais serão esquecidos.
Ter uma estrutura em casa que ajude na logística e permita
que as coisas funcionem também é importantíssimo. Se puder trabalhar perto do Banco
e colocar seu filho numa escola próxima, melhor ainda. Adotar como princípios a
transparência e o diálogo é uma estratégia muito eficiente. Quando você conversa
com seus filhos, combina tudo, eles compreendem que o trabalho é importante e que
isso não os torna menos importantes. Você cria uma relação de confiança e
parceria os filhos sentem muito orgulho da mãe que eles têm. Aí, tudo fica mais
leve...
Por outro lado, os Bancos também precisam tornar os ambientes de trabalho menos opressores e machistas e acabar com essa história de que a mulher é um problema porque fica afastada durante a licença maternidade, falta ao trabalho quando o filho pequeno adoece ou precisa sair cedo para as reuniões na escolinha. Se o mercado não consegue enxergar essas situações com naturalidade e acolhimento, e não entende o papel da mulher como executiva e como mãe, vai continuar perdendo uma força de trabalho feminina incrível.
Às vezes, gestos simples geram
muito valor para uma mãe bancária, como, por exemplo, um programa de
acompanhamento para gestação e licença, a oferta de uma creche ou escolinha
perto da sede da empresa, o acompanhamento pós licença para readaptação ao
trabalho, horários flexíveis, possibilidade de home office, programa de
educação financeira para filhos de colaboradores, enfim. Tantas iniciativas
poderiam ser adotadas, não como privilégios, mas como gentilezas. É bem provável
que essa mulher que se sente acolhida e aceita com igualdade se desdobre para
entregar um resultado ainda mais extraordinário.